O intestino permeável e as intolerâncias

Você já ouviu falar em intestino permeável? Talvez não seja um termo tão comum, mas nos últimos anos, tem sido cada vez mais discutido no campo da saúde e bem-estar. Entender o que é o intestino permeável e como tratá-lo pode ser crucial para melhorar nossa saúde digestiva e geral. Pensando nisso, preparamos o conteúdo a seguir, confira!

O que é intestino permeável?

De modo geral, o intestino permeável, também conhecido como “síndrome do intestino permeável” ou “hiperpermeabilidade intestinal”, refere-se a uma condição na qual a parede intestinal torna-se mais porosa do que o normal. 

Normalmente, as células que revestem o intestino são unidas firmemente, formando uma barreira que controla a passagem de substâncias digeridas para a corrente sanguínea. No entanto, quando essa barreira fica comprometida, podem ocorrer problemas.

Uma única camada de células separa o conteúdo intestinal, incluindo toda a microbiota que ali vive, do resto do corpo. Entre estas células há pequenas passagens, chamadas tag junctions, que permitem acesso direto à corrente sanguínea. 

É por estas passagens que o organismo se comunica fisicamente com o interior do intestino. Por exemplo, quando há uma alta concentração de substâncias tóxicas, que precisa ser diluída, ou quando há adesão de bactérias indesejáveis ao epitélio intestinal, essas passagens se abrem, para que o corpo possa injetar água no interior do intestino, para promover uma lavagem, como é o caso das diarreias.

Quais são as camadas da parede intestinal?

A adesão de bactérias à parede intestinal só acontece quando ocorre a diminuição das defesas da parede intestinal. A composição das camadas são:

  1. Camada de Muco: A primeira camada de defesa é física e constituída por muco. A intenção é servir como uma barreira física de isolamento do epitélio intestinal, contra patógenos e toxinas. Esta camada tem divisão em duas subcamadas, quais sejam: a rala e a densa;
  2. Microbiota Anfibiôntica: Essa é a microbiota comensal que habita a camada de muco rala, que recobre o epitélio intestinal. Essencialmente, sua composição tem bactérias dos gêneros Lactobacillus, Bifidobacterium e Akkermansia. Todas são produtoras de ácidos orgânicos e biocinas que tornam o ambiente mais ácido e repelente as demais bactérias do intestino grosso. Os ácidos orgânicos de cadeia curta (AGCCs) são a principal fonte de energia das mitocôndrias e ajudam na ionização de minerais, para que estes possam ser absorvidos pelos enterócitos, por nutrição celular;
  3. Sistema Imune: É a última instância de defesa e serve de alerta geral contra eventual invasão de patógenos ou toxinas no corpo.

Entenda mais sobre permeabilidade do intestino

Quando há disbiose da microbiota intestinal, provocada por estresse químico, emocional ou dietético (por exemplo dietas hipercalóricas), ocorre a diminuição da microbiota anfibiôntica e da camada de muco, tornando mais fácil a adesão de patógenos ao epitélio intestinal. 

A reação do sistema imune é aumentar o espaço das tag junctions, de forma a permitir a entrada de água e células imunes no interior do intestino, para ajudar na proteção do epitélio intestinal.

Porém, essas passagens, quando abertas, também permitem a entrada de toxinas e patógenos na corrente sanguínea, o que pode acentuar ainda mais a reação do sistema imune, transformando-a em uma inflamação crônica, a qual manterá as tag junctions abertas em caráter semipermanente. 

Até que a microbiota intestinal volte à eubiose e possa ser protegida pelo muco e pela microbiota anfibiôntica. Com o estresse crônico da vida moderna, dos alimentos processados, das dietas hipercalóricas, dos medicamentos, do álcool etc., muitas pessoas acabam tendo as tag junctions semiabertas de forma quase permanente, o que é chamado de intestino permeável.

Quando o intestino fica permeável, há a possibilidade de que uma proteína do glúten, chamada gliadina ou partes das paredes celulares de bactérias gram negativas, conhecidas por lipopolissacarídeos (LPS), acessem a corrente sanguínea, exacerbando a reação do sistema imune e causando desconfortos, tais como o que ocorrem nas intolerâncias ao glúten e outros alimentos.

Quais os sintomas do intestino permeável?

Em resumo, os sintomas do intestino permeável podem variar de leves a graves e incluem:

  • Distúrbios digestivos como gases, inchaço, constipação ou diarreia;
  • Fadiga crônica;
  • Dores articulares e musculares;
  • Problemas de pele como acne ou eczema;
  • Sensibilidade alimentar;
  • Dificuldade de concentração e neblina cerebral.

Como tratar a síndrome do intestino permeável?

Uma forma de se saber se há intestino permanente é através da medição da quantidade de LPS existente na corrente sanguínea. Quanto maior esta presença, maior é a abertura das tag junctions e mais urgente deve ser a tomada de medidas para fechá-las.

A solução mais imediata é a suspensão do consumo das substâncias que provocam a intolerância. Em seguida, ou concomitantemente, deve-se partir para dar fim a disbiose da microbiota intestinal, recuperando a eubiose perdida. Uma mudança de dieta, exercícios físicos e mais horas de sono podem contribuir significativamente para esse objetivo.

Ademais, o consumo regular de composições contendo prebióticos, como a Efeom LL1 também pode ajudar bastante. 

Isso porque, um experimento realizado na FMUSP mostrou que voluntários portadores de microbiotas disbióticas conseguiram reverter a disbiose em 90 dias e atingiram um padrão ouro de eubiose aos 180 dias. Vale destacar que consumiram uma composição de prebióticos similar a Efeom LL1 mais silimarina, mesmo sem mudança de dietas ou dos hábitos de vida.

Conclusão

Como você pode perceber, o intestino permeável é uma condição que pode afetar significativamente a saúde digestiva e geral. No entanto, com mudanças na dieta, estilo de vida e, às vezes, intervenções médicas, é possível tratar e até mesmo reverter essa condição. 

Portanto, se você está enfrentando sintomas de intestino permeável, não hesite em buscar orientação médica para um plano de tratamento personalizado. Além disso, lembre-se, um intestino saudável é a base para uma vida saudável.

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