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23/03/2022

A barreira física bem como a microbiota presente na pele e no intestino são componentes essenciais para uma manutenção adequada do equilíbrio e da saúde. Ambos atuam como as principais interface do corpo com o meio externo e, por isso devem ser mantidos em homeostase. A pele é particularmente vulnerável a danos por exposição frequente a fatores ambientais, como poluição do ar, fumaça de tabaco, nutrição e produtos de higiene pessoal. A interrupção da saúde da pele pode resultar em danos sistêmicos já que a pele é uma importante fonte de marcadores inflamatórios séricos. Lesões da pele geram um rápido aumento nos níveis de marcadores inflamatórios chamados de citocinas tanto na pele quanto no sangue.

A microbiota e a saúde da pele estão diretamente relacionadas. A microbiota intestinal e seus metabólitos podem viajar pelo corpo e afetar órgãos e tecidos distantes, incluindo a pele. É importante notar que existe uma via de comunicação bidirecional entre o microbioma intestinal e o sistema tegumentar, conhecido como eixo intestino-pele. Várias doenças da pele como alergias estão associadas a distúrbios gastrointestinais. O aumento da permeabilidade intestinal resultante de disbiose, ou seja, do desequilíbrio entre as bactérias que compõe a microbiota, pode levar a um acúmulo de metabólitos bacterianos (por exemplo, fenóis de aminoácidos aromáticos) na pele. Esses metabólitos interferem e prejudicam a integridade da pele, dando origem a uma associação entre doenças cutâneas e disfunções metabólica ou cardiovasculares. Por exemplo, há uma relação bidirecional entre a psoríase e a obesidade, na qual a psoríase predispõe os indivíduos à obesidade e vice-versa. Além disso, pacientes com psoríase grave têm maior risco de morte por doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica e outras doenças sistêmicas.

A comunicação cruzada e única entre o intestino e a pele representa uma oportunidade para intervenção com objetivo de reduzir os processos inflamatórios gerados pelos dados sofridos pela pele ao longo da vida e interromper as doenças metabólica associada. Uma estratégia não farmacológica e com baixos efeitos colaterais para modular a microbiota é através do consumo de prebióticos. A suplementação prebióticos como frutooligossacarídeos (FOS) e galacto-oligossacarídeos (GOS) são capazer de e melhorar a saúde da pele e ajudar a restaurar o desequilíbrio microbiano, através das vias de comunicação entre a pele e o intestino. Assim, modular o microbioma intestinal diretamente é uma abordagem promissora para o tratamento de doenças de pele.

Fonte: Boyajian JL, Ghebretatios M, Schaly S, Islam P, Prakash S. Microbiome and Human Aging: Probiotic and Prebiotic Potentials in Longevity, Skin Health and Cellular Senescence. Nutrients. 2021 Dec 18;13(12):4550. doi: 10.3390/nu13124550. PMID: 34960102; PMCID: PMC8705837.

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