efeom

29/10/2021

O que são prebióticos e qual sua função? À medida que a importância da microbiota intestinal para manutenção da saúde e prevenção de doenças tem ganhado reconhecimento clínico e científico, houve também o aumento do interesse em intervenções terapêuticas que possam modular a microbiota e suas interações com o ser humano. Além de fatores como estresse, nível de atividade física e uso de medicamentos, o consumo dietético representa uma ferramenta efetiva na modulação da microbiota intestinal. Nesse sentido, os prebióticos representam as substâncias mais comumente usadas em um esforço para manter um microbioma saudável ou restaurar o equilíbrio quando há alteração da homeostase (equilíbrio) bacteriana na doença.


Mas o que são prebióticos e qual sua função? A definição mais amplamente citada de um prebiótico foi estabelecida por Gibson & Roberfroid em 1995 como “um ingrediente alimentar não digerível que afeta beneficamente o hospedeiro ao estimular seletivamente o crescimento e / ou a atividade de uma ou de um número limitado de bactérias no cólon.” Um painel de specialistas da Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (ISAPP) em 2016 reformulou essa definição para “um substrato que é utilizado seletivamente por microrganismos hospedeiros que conferem benefícios à saúde”. Esta seletividade é considerada central para o conceito de prebióticos; em contraste com fibras alimentares.


As relações entre as fibras e os prebióticos podem ser a fonte de alguma confusão – algumas fibras podem exercer efeitos prebióticos, enquanto outras não. Por outro lado, como os prebióticos são tipicamente polímeros de carboidratos que não são digeridos nem absorvidos no intestino delgado humano, a maioria dos prebióticos, podem também ser classificados como fibras. Fibras alimentares como celulose, pectinas e xilanas, promovem o crescimento de muitos microrganismos no intestino, já os prebióticos como fruto-oligossacarídeos (FOS) e galacto-oligossacarídeos (GOS) estimulam principalmente a proliferação de Lactobacillus e Bifidobacterium spp. Isso tem ramificações clinicamente importantes, pois a seletividade atenua a promoção da proliferação de microrganismos patógenos potenciais além de efeitos colaterais indesejados. Moléculas classicamente consideradas prebióticos incluem oligossacarídeos do leite humano, inulina, FOS e GOS.


Um volume considerável de pesquisas científicas atesta a capacidade dos prebióticos de influenciar beneficamente as respostas imunológicas do hospedeiro, os processos metabólicos e as vias neuroendócrinas através da modulação da microbiota intestinal. Assim, o consumo de formulações prebióticas com composição de alta qualidade, representam uma ferramenta promissora de intervenção não medicamentosa que propicie a homeostase do microbioma e desta forma a promoção e manutenção da saúde.

Fonte:
QUIGLEY, E. M. M. Prebiotics and Probiotics in Digestive Health. Clinical Gastroenterology and Hepatology, v. 17, n. 2, p. 333–344, jan. 2019.

Veja mais