Psicobióticos: uma alternativa em busca da felicidade
Psicobióticos podem ser uma alternativa para a melhora da saúde mental ao remodelar a microbiota intestinal, saiba como!
O intestino humano abriga um grande número de microrganismos e uma ampla variedade de espécies. As bactérias presentes no intestino se comunicam no eixo microbiota-intestino-cérebro.
Desta forma, há relação comprovada entre o intestino e cérebro, onde as alterações de humor, memória e cognição podem ser modificadas a partir da microbiota intestinal.
Sendo assim, cada pessoa possui uma organização diferente de microbiota que é continuamente influenciada por uma diversos fatores como idade, sexo, dieta e estilo de vida.
Embora o perfil microbiano de cada indivíduo seja único, existe um parâmetro entre a abundância e distribuição das espécies bacterianas que se mantém relativamente semelhantes entre pessoas saudáveis, ajudando na manutenção da saúde geral.
Hoje sabemos que a microbiota intestinal interage com o organismo humano em uma relação mutualística – o intestino fornece à bactéria um ambiente para crescer e a bactéria auxilia no controle da homeostase do organismo.
Portanto, é razoável pensar que o desequilíbrio da microbiota intestinal pode prejudicar essa relação mutualística saudável, e levar ao surgimento de doenças. Contudo, estudos recentes têm relacionado os distúrbios neuropsicológicos a uma disfunção no eixo intestino-cérebro-microbiota.
Esse eixo consiste em um sistema de comunicação bilateral que permite que os micro-organismos intestinais interajam com o cérebro, e este com o intestino. Através deste eixo as bactérias intestinais podem influenciar o comportamento, e os sintomas de transtornos de humor através das alterações na composição da microbiota.
Além disso, estudos já comprovaram que há modificações significativas na microbiota intestinal de pessoas com estresse crônico, depressão e ansiedade. Sendo assim, as bactérias intestinais podem influenciar o comportamento, e os sintomas
de transtornos de humor através das alterações na composição da microbiota.
Isso, por sua vez, resulta no aumento da inflamação pelo corpo, na ativação de uma resposta imune e na alteração de níveis de neurotransmissores como a serotonina, provocando mudanças no cérebro, no humor e no comportamento.
Por isso, alterar a microflora intestinal através do uso de psicobióticos pode produzir benefícios para a saúde mental de pessoas que sofrem de transtornos de humor como ansiedade, depressão e estresse. Sendo também uma boa alternativa para quem sofre com os efeitos colaterais aos medicamentos ansiolíticos tradicionais.
Os psicobióticos são definidos como suplementos probióticos, prebióticos ou simbióticos que conferem benefícios à saúde mental quando ingeridos em uma determinada quantidade por meio da interação com bactérias da microbiota residente no intestino.
Os mecanismos de ação pelos quais as bactérias exercem seu potencial psicobiótico principalmente por meio do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), regulando da produção de neuro-hormônios e neurotransmissores relacionados ao bem-estar como endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina.
Desta forma os psicobióticos podem melhorar não apenas a função gastrointestinal, mas também a capacidade antidepressiva e ansiolítica. Há pesquisas nos últimos cinco anos que mostram que algumas cepas microbianas de psicobióticos inibem os níveis de inflamação no organismo. Resultando assim na melhora de quadros de transtornos de humor como ansiedade, depressão e estresse.
Investigar a capacidade da microbiota intestinal de se comunicar com o cérebro, na melhora da saúde mental está na vanguarda da pesquisa atual. Assim, o consumo de suplementos e nutracêuticos que possuam efeitos psicobióticos pode ser considerada uma opção viável para cuidar e restaurar a saúde mental de maneira integrativa, sem efeitos secundários indesejáveis e apresentando menor risco de alergias e menor dependência em relação aos medicamentos psicotrópicos convencionais.
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Fonte:
Smith KS, Greene MW, Babu JR, Frugé AD. Psychobiotics as treatment for anxiety, depression, and related symptoms: a systematic review. Nutr Neurosci. 2021 Dec;24(12):963-977. doi: 10.1080/1028415X.2019.1701220. Epub 2019 Dec 20. PMID: 31858898.