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13/02/2023

Quando a microbiota intestinal está sofrendo algum desequilíbrio de bactérias, pode causar algum tipo de Doença Inflamatória Intestinal. Acompanhe:

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) atingem cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo e vem crescendo a cada ano. As DII atingem principalmente pessoas jovens em idade ativa que passam a ter de conviver com essa doença crônica ao longo da vida. O termo DII em si, engloba um conjunto de distúrbios crônicos que afetam o sistema digestivo, principalmente o cólon.

Os tipos mais comuns de DII são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, ambas são doenças inflamatórias crônicas do intestino, de origem ainda desconhecida, mas que parecem estar relacionadas com a interação da microbiota intestinal e resposta imune. Os principais sintomas dessas DII incluem:

🤜🏻 desconforto abdominal;

🤜🏻  sensação de estufamento;

🤜🏻  dor abdominal; cólicas intestinais; 

🤜🏻 alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre;

🤜🏻 flatulência  exagerada, sensação de esvaziamento incompleto do intestino e deficiências nutricionais. 

Por se tratarem de doenças crônicas, esses sintomas podem se manter por longos períodos, se tornando debilitantes e prejudicando a qualidade de vida de pessoas com DII.

As funções do cólon no organismo

A principal função do cólon é de absorver água e sais minerais e vitaminas dos alimentos digeridos, no entanto o colón também abriga uma grande quantidade de micro-organismos que compõem a microbiota intestinal e desempenham papel importante no controle da homeostase. As DII parecem resultar de respostas imunes do hospedeiro a microbiota intestinal desequilibrada. A microbiota intestinal por sua vez, pode ser influenciada pela dieta, uso de probióticos, prebióticos, antibióticos entre outros fatores ambientais.

A teoria mais bem aceita sobre a patogênese da DII, é que a inflamação intestinal crônica surge como consequência de uma disbiose intestinal que induz uma resposta imune aberrante da mucosa intestinal em indivíduos geneticamente predispostos. Além disso, a microbiota intestinal saudável é fundamental para o desenvolvimento e diferenciação do sistema imunológico local e sistêmico. Esses micro-organismos podem proteger o hospedeiro de infecções patogênicas entéricas.

Como evitar as DII

Entre as maneiras mais eficientes em prevenir as Doenças Inflamatórias Intestinais, está em evitar o consumo de alimentos mal conservados, que não estejam refrigerados adequadamente ou que fiquem por um longo período expostos. Desta mesma forma, deve haver um cuidado especial com o consumo da água, tanto para beber quanto para preparar os alimentos. Deve ser de boa qualidade. 

Para ajudar a evitar a doença, segue aqui algumas orientações:

🤜🏻Não consumir leite e derivados crus, ou seja, que não foram pasteurizados;

🤜🏻Consumir somente água potável;

🤜🏻Faça a higienização das mãos antes e após o preparo dos alimentos;

🤜🏻Não consumir carne crua ou mal cozida;

🤜🏻Higienize e estimule as crianças a fazerem também. Lavar bem as mãos após ir ao banheiro e aos adultos também após trocar as fraldas do bebê.

Tratamento

Uma estratégia promissora que vem sendo associada ao tratamento convencional para DII é a modulação da microbiota intestinal através da suplementação de fibras alimentares. A suplementação de fibras costuma ter resultados positivos, já que pessoas com DII normalmente apresentam uma diminuição nas espécies bacterianas produtoras de butirato, bem como uma diminuição na expressão de transportadores de butirato no intestino. 

Durante a suplementação, as fibras ingeridas são fermentadas pela microbiota no cólon, onde promovem uma maior diversidade bacteriana, preservam as barreiras da mucosa e estimulam a produção de ácidos graxos de cadeia curta. Estas por sua vez, modulam positivamente a homeostase intestinal e reduzem a inflamação, contribuindo para a melhora dos sintomas de DII de maneira não medicamentosa.

O consumo de suplementos ricos em fibras alimentares que promovam o crescimento de uma microbiota saudável pode contribuir para a remissão da doença e, possivelmente, prevenir qualquer recidiva por meio da manutenção de uma microbiota equilibrada. Por isso, utilizar estratégias com baixo risco de efeitos adversos para modular a composição e o metabolismo da microbiota intestinal pode ser uma estratégia para o controle das DII e melhor da qualidade de vida das pessoas que convivem com essas doenças.

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Referências:

Tomasello G, Mazzola M;  Leone A; Sinagra E; Zummo G, Farina F, Damiani P, Cappello F, Gerges Geagea A, Jurjus A, Bou Assi T, Messina M, Carini F. Nutrition, oxidative stress and intestinal dysbiosis: Influence of diet on gut microbiota in inflammatory bowel diseases. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Repub. 2016 Dec;160(4):461-466. doi: 10.5507/bp.2016.052. Epub 2016 Oct 26. PMID: 27812084.

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