Entenda a relação de neurotransmissores com um sono de qualidade e uma imunidade alta, essenciais para a manutenção da homeostase.
A regulação do sistema neurológico talvez seja a mais importante descoberta relacionada ao efeito Efeom. A melhora da homeostase se apoia em um tripé constituído pelos sistemas: neurológico, metabólico e imunológico. Ou seja, depende de um perfeito equilíbrio entre as partes do eixo neurometabólicoimunológico.
Continue a leitura e entenda a relação do sono com a regulação do sistema neurológico e a manutenção da homeostase.
Ao longo de milhões de anos, o sistema nervoso evoluiu para enfrentar momentos agudos de estresse, de alta intensidade porém de pouca duração. Essencialmente, os motivos para haver estresse ao longo da evolução humana estavam relacionados a momentos de fome, ou mesmo de momentos de luta corporal pela sobrevivência ou de uma caçada.
Ao final do dia, tendo retornado a segurança das cavernas, os efeitos do estresse eram praticamente eliminados, durante uma longa jornada de sono profundo, com a eliminação do cortisol produzido durante os momentos de estresse. Também durante o sono profundo, havia a liberação do hormônio do crescimento.
Dessa forma, o sistema imunológico voltava ao seu normal, após a imunossupressão do cortisol e do hormônio do crescimento e acelerava a construção de novas células. Ambos os processos são essenciais para curar as feridas produzidas pelo estresse.
Porém, nas últimas décadas, o estresse agudo foi substituído pelo estresse crônico. Estamos expostos a formas de estresse mais amenas do que as lutas corporais e os momentos de fome. Porém tão ou mais críticas devido ao caráter permanente de seus efeitos.
Pois impedem as quantidades mínimas necessárias de sono profundo para eliminar o excesso de cortisol produzido durante o dia. Além de impedir a liberação das quantidades de hormônio do crescimento, que são essenciais para a reposição das células que estão defeituosas.
Com isso, gradativamente instala-se um quadro de inflamação crônica, que piora a homeostase do organismo. E é a causa primordial da maioria das doenças autoimunes. Tais como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardíacas, alergias, câncer, artrites, etc.
Existem dois tipos de estresse que pioram a homeostase. Um é o exógeno, que inclui o estresse emocional, o desconforto ambiental, ou a ingestão de patógenos e substâncias tóxicas.
O outro é o endógeno, representado pelas diversas reações do nosso organismo a problemas de saúde, orgânicos ou mentais. As inflamações crônicas e os radicais livres são as maiores fontes desse tipo de estresse.
Porém, os problemas emocionais, como ansiedade, depressão e luto também podem ter importante papel sobre esse tipo de estresse.
Ambos os tipos provocam a liberação do cortisol, um imunossupressor, que causa a redução da serotonina cerebral e da dopamina. Com sérios prejuízos para o sono, para a atividade da biogênese mitocondrial e para o funcionamento correto do sistema imunológico.
Dessa forma, a melhor estratégia para eliminar ou controlar os efeitos do estresse crônico, ao qual a maioria das pessoas está submetida, pode ser o controle da regulação diária dos níveis de serotonina e cortisol, entre outros neurotransmissores importantes para o nosso cérebro.
Há dois tipos de serotonina em nosso organismo. Embora tratem da mesma molécula derivada do aminoácido triptofano, eles nunca se comunicam. São elas:
Serotonina circulante: representa cerca de 90% de toda a serotonina do nosso corpo, produzida principalmente no intestino.
O combustível para sua produção é o ácido lático e o propiônico, cuja produção é feita pelos lactobacilos e bifidobactérias da microbiota intestinal. Dessa forma, quanto maior a população dessas boas bactérias, maior tende a ser a produção de serotonina circulante.
Isso tende a provocar maior peristaltismo e, por consequência, uma maior frequência de evacuações.
Serotonina cerebral: representa cerca de 10% de toda serotonina do nosso corpo e é produzida pela glândula pineal. Essa serotonina atua como neurotransmissor cerebral, sendo responsável pelo equilíbrio emocional.
Ou seja: em escassez produz um estado de depressão e, em excesso, um estado de euforia e ansiedade. Além disso, é matéria prima para a produção da melatonina, o hormônio do sono.
Podemos dizer que a falta de serotonina leva a pouco sono profundo, e seu excesso facilita a mais sono profundo. De forma geral, o normal é termos 25% do total de tempo de sono na forma de sono profundo (NREM 3). Podendo essa proporção chegar próximo aos 40%.
Em pessoas com sono de alta qualidade, como os adolescentes, é conhecido dos estudiosos que o consumo de prebióticos, principalmente o fos e gos, leva ao aumento das populações de lactobacilos e bifidobactérias, bem como seus efeitos sobre o aumento do número de evacuações. Dessa forma, melhora a imunidade.
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